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Ei pais, vamos à leitura?

Muitos adultos não têm paciência para ler com a criança; não incentivá-la é subtrair esta viagem ao conhecimento

11 de Dezembro de 2017 5 comentários

Ler sempre foi um dos meus prazeres. Na adolescência me deliciava em obras de aventuras. Quem se lembra da série Vaga-Lume, uma coleção lançada pela Ática a partir dos anos 70? “A Ilha Perdida”, “Menino de Asas”, “Cem Noites Tapuia”, “Tonico e Carniça” e tantos outros que me fizeram viajar pelo mundo da imaginação. Isso sem contar aquelas obrigatórias do ambiente escolar. Hoje, quase não tenho tempo para os livros. Leio-os a prestações. Muitas vezes, preciso voltar páginas para me sintonizar... Ah, que saudade do tempo em que me sobrava mais tempo...

Foto: Arquivo Pessoal

Com dois filhos pequenos, a maioria das literaturas que toco é infantil. Os primeiros chegaram antes mesmo que eles existissem. Lembro-me do dia em que um ambulante passou no meu primeiro emprego. Eu deveria ter uns 15 anos. Comprei uma coletânea com as principais histórias da Disney. Guardei-a a sete chaves até que eu pudesse lê-la para um filho meu. O dia chegou há alguns anos. Já passamos diversas vezes por suas páginas.

Ainda casado, sem filhos, a imersão era uma rotina. A média de leitura chegou a 20 livros por ano. Atualmente, em casa, os exemplares estão presentes, com as crianças, no banho, nas brincadeiras, na hora de dormir... Meu primogênito está fascinado por histórias. Além de ouvir, quer repeti-las, alimentando com sua criatividade e imaginação. O bebê já manipula seus livros plásticos, coloridos... Do mesmo modo, já possibilitamos este contato para que o desejo de ler seja uma realidade em meio à tecnologia que salta aos olhos dos pequenos, em multitelas.

Quando pensamos na estrutura do quarto dos meninos, além das acomodações para o sono, tudo que me vinha à mente era planejar uma estante ou nichos nos quais pudessem estar dispostos todos os livros e brinquedos de forma acessível. Assim sendo, quando quisessem, poderiam retirar o objeto pretendido. Conseguimos.

Às vezes, é uma trabalheira só, pois tudo vai para o chão de uma única vez. Ensiná-los a organizar é a tarefa em andamento. Aos poucos, com esforço, tem dado certo.

O Instituto Pró-Livro, em sua quarta edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, encomendada ao Ibope Inteligência e considerada o maior e mais completo estudo sobre o comportamento do leitor brasileiro, aponta que 33% dos entrevistados sofreram a influência de alguém para começar a gostar de ler. Destes, 4% alegaram que o pai ou o responsável do sexo masculino foram seus influenciadores.

A pesquisa aponta ainda que, em relação ao hábito de leitura do pai, 17% dos ouvidos leem com frequência, 24% leem às vezes e 53% nunca leem. Para o estudo, foram abordadas 5.012 pessoas.

A figura paterna tem papel fundamental de influenciador da leitura dentro de casa. Criar novos leitores é investir em cidadãos mais pensantes, críticos, com possibilidade de raciocínio rápido e de fácil interpretação. Isso sem falar do enriquecimento ao vocabulário, à escrita e como exercício de fixação de conteúdos específicos. Além disso, estreitam a relação afetiva entre o narrador e ou ouvinte.

Muitos adultos não têm paciência para ler com a criança. Não incentivá-la é subtrair esta viagem ao conhecimento por meio da leitura. Ainda precisamos melhorar o retrato deste hábito nos nossos lares. Os livros estão disponíveis em bibliotecas públicas, privadas, são ofertados gratuitamente por empresas e entidades e explorá-los se torna obrigação. Ao mesmo tempo em que se faz indispensável o estabelecimento de políticas de fomento para momentos literários à população, os pais devem arregaçar as mangas e partir para a aventura de se deliciar entre as ilustrações e textos. Mas siga com a certeza que o caminho não tem volta, pois a paixão é garantida.

dica de leitura

Amanda no país da consciência

O livro traz a história de uma garota que luta contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti e faz campanha de orientação para alertar as pessoas da escola onde estuda sobre os riscos que elas correm. No retorno às aulas, Amanda sente a falta da amiguinha Lud, acamada pela dengue. Ao chegar em casa, ainda inconformada pela ausência da amiga, busca informações sobre a doença em livros, revistas e sites informativos. Em uma viagem surpreendente, ela descobre os meios eficazes de combater o mosquito transmissor de muitas doenças, como a dengue, zika e chikungunya.

Ficha Técnica

Autor: Leonardo Mendes Cardoso
Ilustrações: Fabiana Salomão
Editora: do Brasil
Páginas: 40
Preço: R$ 42,10

* Os textos só podem ser reproduzidos mediante autorização do autor e desde que citada a fonte

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MAIS 5 COMENTÁRIOS

Luciana Shimura

14 de Fevereiro de 2018

Em casa também lemos muito com as meninas. Elas adoram e nos motivaram a ler mais. Há dias em que nos reunimos só para leitura.

Leandro Nigre

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É assim que funciona, um ciclo...

Rafael Ricardo

11 de Dezembro de 2017

Parabéns pelo artigo meu amigo, sempre é bom ter pessoas com vc pra nós ajudar, e consertza vou aplicar na criação no meu filho..

Leandro Nigre

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Leitura abre caminho ao conhecimento e à imaginação. Aproveite!!!

Regina

11 de Dezembro de 2017

Aqui em casa leio muito com as meninas, e minha mais velha já lê muito sozinha. Adorei a dica, trazendo um tema bem atual.

Leandro Nigre

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Leitura é vida!!! Não desista!

Marcelo Teixeira

11 de Dezembro de 2017

Mais um belo e interessante texto. Me reconheço bastante nele, pois também sou leitor apaixonado, principalmente por literatura universal e jornais. Pratiquei o exercício da leitura com o meu casal de filhos e eles agora começam a andar por conta própria nessa área maravilhosa.

Leandro Nigre

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Aposto que seu incentivo foi fundamental para que eles navegassem nesta seara!

Michele Gobbato

11 de Dezembro de 2017

Vou confessar nunca fui uma leitora nata, mas comecei depois que o Gui nasceu, lia pra ele é agora com ele. Adorei as dicas dos livros esses não conhecia Michele Gobbato

Leandro Nigre

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A gente se sente estimulado. Antes, eu lia mais. Agora, os infantis me dominam....

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