Uma vida de ponta-cabeça: nosso melhor ponto de vista
Olhar para o que parece me faltar não me deixa enxergar que tudo que tenho já me é suficiente
Abandonei meu perfeccionismo há algum tempo. Já nem lembro o quanto. Entretanto, vez ou outra ele insiste em me visitar. Quando olho ao redor, tudo parece fora do lugar...
Foto: Arquivo Pessoal
Assim, começo a me questionar que muita coisa poderia estar diferente. As cifras da conta bancária, a pintura das paredes, a decoração, o tamanho da casa, o mobiliário que já insiste em dar sinais do tempo, o tempo para ver meus filmes e séries e até os brinquedos longe das suas devidas caixas.
Olhar para o que me falta e para o que parece não estar no seu devido lugar, não me deixa enxergar que tudo que tenho já me é suficiente.
Há vida espalhada por cada canto. Nos móveis, nas paredes marcadas, no porta-retrato quebrado, na despensa abastecida, no orçamento doméstico, na lataria do carro recém-encerado, nas migalhas espalhadas pelo assento, nas pegadas de sapato no encosto do banco ou nas de mão no vidro traseiro.
Ter filhos tem destas coisas e ser pai é um desafio de releitura diária daquilo que realmente é necessário para nos fazer realizado e feliz.
A casa pode estar limpa, mas não ter todos os objetos em seu devido lugar. Pode ser colocada em ordem, porém não garantir o mesmo cenário daquela dos recém-casados. Os objetos de decoração podem esconder seus remendos. O automóvel ainda que receba a faxina periódica, não exige um estado impecável por muitos dias. Pode não haver dinheiro em conta, mas não faltar o alimento à mesa. Assim como a série mais comentada ser assistida um ano depois.
Se em nosso meio não há sinais de vida pode haver os da falta dela...
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